Em meados da década de 1980 a Nike era uma empresa de sucessos, mas estava longe de liderar o mercado de roupas de esporte.
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Air acompanhamos a ascensão da marca Nike para se tornar a líder que logo se tornaria insuperável a partir de uma mudança na perspectiva do marketing, o sucesso de vendas não viria mais do objeto, mas da experiência que ele traz.
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Assim, acompanhamos Sonny Vaccaro na sua cruzada por conseguir emplacar uma nova linha de tênis de basquete, desde a escolha da estrela a vestir um calçado que ainda nem existe até o próprio calçado se tornar uma representação da entidade que seria o Michael Jordan.
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Air adota o ritmo e a estrutura típicos de filmes de esporte, com toda a jornada de descoberta e superação até atingir o ápice no discurso de Sonny para a família Jordan. O momento mais tenso e emocionante que só atingiu tal carga por causa da forma como a trama se desenvolveu e o elenco carismático em volta da mesa.
Mas ao nos conduzir apenas entre os bastidores, em nenhum momento presenciamos um jogo "ao vivo", apenas VTs para os próprios personagens, assim como o próprio Michael Jordan é tratado como uma entidade sem rosto, sem linhas de diálogo, sabemos apenas de suas vontades que são vocalizadas por pessoas que o cercam.
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A produção tem um cuidado especial para a ambientação, nos transportando para a década de 1980 desde a fotografia, levemente granulada e de tons lavados que remetem a qualidade de imagem das TVs da época, trilha sonora sempre presente, figurino e toda uma reconstrução de cenários internos e externos recheados de objetos de cena. Escolhas que foram capazes de dar vida à época retratada.
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Foi interessante o uso de uma espécie de mosaico visual em dois momentos do filme, na abertura que temos uma série de referências ao ano que se passa o filme, funcionando quase como uma retrospectiva; e na sequência da negociação que o mesmo recurso é utilizado, mas condensado na figura do Jordan e a carreira que teria pela frente.
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Disponível: #amazonprime
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9/10
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