Quarteto Fantástico: Primeiros Passos - é um quadrinho nas telas!

Uma coisa que me chama a atenção na Marvel Studios é o fato de assumirem seus erros e mudarem a rota. Não para voltar como antes, na ideia de manter os mesmos atores e tudo mais. Mas tomar um novo rumo, que seja coerente com suas bases. E Quarteto Fantástico faz isso muito bem!

Mas você pode me dizer: "ah, mas todo mundo já conhecia o Quarteto Fantástico, pois é a primeira equipe da Marvel". Sim, mas não como a Marvel Studios. E isso é o diferencial: uma equipe bem apresentada, por mais que não seja um filme de origem, ou tente encaixar desesperadamente nesse universo, temos uma equipe que funciona, que respeita as suas bases de origem (e respeita mesmo!)

E com uma apresentação curta, temos a equipe já no seu quarto ano de ativa, e contribuindo e muito para o desenvolvimento da sociedade, o que me chama demais a atenção, pois aqui o diretor explora bem a questão do novo mundo, e as possibilidades geradas com uma equipe que tem uma das maiores mentes do Universo Marvel.

O melhor poster de todos!

Os personagens são maduros, e apresentar a Sue como essa "mãezona" como ela sempre foi, é excelente. Ela é uma mulher forte aqui: destemida, corajosa, o elo da equipe. Com a atuação da Vanessa Kirby, isso se torna ainda mais evidente.

E o Reed é aquele cara de sempre nos quadrinhos: desligado em seus pensamentos, ele se desconecta do mundo e precisa da sua família para se conectar. Quem nunca? Pena que a atuação do Pedro Pascal não brilhe tanto quanto gostaria. E não, não é enjôo dele, ou ranço, como uma galera acha que é. Talvez seja a estrutura do filme, não sei, mas para mim, foi o melhor dos Reeds apresentados, ainda que tenha que melhorar muito.

O Coisa e o Tocha Humana estão perfeitos em sua caracterização. Diferente dos demais filmes, o Coisa não exala o tom depressivo de antes, mas se aceita do jeito que é, é isso é perfeito para agora. E o Johnny? Ah, Joseph Quinn é um excelente ator, e isso é muito presente nesse filme. Até mais que em Um Lugar Silencioso: Dia Um, filme em que ele também foi protagonista.

A Estética Retro futurista contribui demais para a trama, pois emula bem os primeiros quadrinhos da equipe na fase do Stan Lee e Jack Kirby, e quando disse que esse filme homenageia bem suas bases, é por isso: o filme reverencia Jack Kirby (finalmente!) onde até temos uma representação clara do desenhista. A história tem toda aquela vibe de início do MCU: apresentação de personagens, uma história coesa e empolgante, que te anima para o futuro dos heróis. Contudo, é evidente o amadurecimento do MCU, onde os roteiristas e claro, Kevin Feige mostra claramente que este é um novo tempo, abraçando o futuro, sem apagar o passado. E com um histórico recente tão ruim, posso dizer que esse filme mostra como nunca que eles aprenderam a lição.

O filme tem seus defeitos, claro, e um deles ficou bem evidente com os memes em relação ao Reed, mas o ponto que jurava que iria ser negativo, mas não foi, foi a mudança para Surfista Prateada. É uma personagem até melhor que a caracterização anterior, e seu Galactus, além da fidelidade visual, impõe urgência, medo e desespero.

O Reed que não estica!

No final das contas, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é um quadrinho vivo! Ele não tem vergonha de ter vindo de páginas coloridas, e por muito tempo ter sido de uma leitura marginalizada, é isso é ótimo. Finalmente, temos um bom filme da equipe que revolucionou os quadrinhos de super-heróis.

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