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  • Foto do escritorCarlos Pedroso

A única certeza que temos é a morte, uma sombra que paira sobre todos nós

Na dança efêmera da existência, a única certeza que transcende todas as estações é a presença onipresente da morte. Em "Vida nas Sombras", essa inevitabilidade ganha contornos poéticos, explorando a tênue fronteira entre o lúdico e o real. No centro desta narrativa, a personagem Kumiko emerge como um farol de coragem, desafiando estereótipos sobre a velhice e inspirando uma reflexão profunda sobre a arte de viver.


A partir desse princípio, "Vida nas Sombras" desenha uma narrativa que dança entre a fantasia e a realidade, revelando que nem sempre estamos prontos para nos despedir e que, sim, podemos travar uma batalha pela vida.


É curioso como, ao pensar nos mais velhos, os visualizamos como seres frágeis, carregados de vivências. Contudo, esse estigma é praticamente desfeito aqui, especialmente através de Kumiko, uma idosa que desafia as convenções para viver à sua maneira, exalando coragem e vigor a todo instante. A relação dela com as "Sombras", sempre à espreita para levá-la, torna-se fascinante.


A obra aborda diversos questionamentos, desde como os desafios não superados do passado moldam nossas vidas até como a morte está sempre à espreita, seja por doenças ou pela partida de entes queridos. Kumiko enfrentou a perda do marido, quase perdeu uma filha, foi relegada a um lar para idosos e muitas vezes tratada como criança. No entanto, como uma pessoa independente e teimosa, ela se ergue, decidindo enfrentar todas as adversidades.


É intrigante refletir sobre como devemos conduzir nossas vidas, já que nascemos com a certeza de que um dia partiremos (ainda não alcançamos o ponto de viver para sempre). No entanto, sinto que algumas discussões poderiam ter sido mais aprofundadas na história em quadrinhos, apesar de a mensagem estar presente. Não que isso tenha diminuído seu brilho, mas há um gostinho de que poderia ter explorado mais, dada a extensão de suas 350 páginas.


Em última análise, posso afirmar que a experiência de leitura foi enriquecedora, pois a mensagem central ressoa: celebre a vida, não espere a morte vir buscá-lo; lute contra ela.


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