Thunderbolts* É a prova que a Marvel está viva como nunca!

Quando a Marvel Studios anunciou o filme: Thunderbolts (que logo depois, veio a se tornar Thunderbolts*) , a primeira coisa que pensei foi um gigante: "Pra quê?", mas com o sucesso dos filmes Esquadrão Suicida (2017) e O Esquadrão Suicida, era algo de se esperar que a equipe de Anti-heróis da Marvel fosse dar as caras no cinema.

O trailer? Genérico. A fase atual de filmes da Marvel? Medianos para ruins. Mas a luz costuma vir dos lugares onde menos se espera (inclusive, o filme se trata disso também).

O filme começa com a nossa querida Yelena, interpretada pela Florence Pugh, fazendo um serviço para a Valentina, quando ela questiona sua vida, principalmente após o luto pela sua irmã, a Natasha, a Viúva Negra Original.

Mesclando ainda com um processo de Impeachment que a Valentina está sofrendo, devido aos usos de recursos públicos de forma ilícita, vamos ver aqui que a Valentina vai "apagar" alguns arquivos, que precisam ser apagados.

Gostei do filme pela crítica sutil aos EUA e seu poderio político e militar nas mãos erradas. E em como, poder excessivo é prejudicial. E até em um país onde diz que a a liberdade do indivíduo está acima de tudo, corre os riscos de autoritarismo. E o filme, faz isso muito bem. Mostra uma personagem interessante, dúbia e ruim de fato. Mesmo com um background do seu passado, onde podia se relativizar, mostrando que ela teve o famoso "dia ruim" , o filme não fez isso.

E para a equipe posso dizer que ela é estranhamente compatível. A Marvel desenvolve bem os personagens, e você consegue se importar, ainda que outrora tenha detestado alguns deles (ou continue detestando, pois o Agente Americano não tem como salvar.)

São personagens disfuncionais, que buscam algo que nem eles mesmos sabem: a redenção. Talvez pelos seus inúmeros erros, erros talvez que não sejam nem propositais, mas por terem sido usados e abusados, mas a culpa cai sobre eles. E mais uma vez, o filme faz isso bem.

Em um determinado momento do filme, o Bucky diz uma coisa sobre redenção que dirige bem as atitudes dos personagens, e que me fez refletir também sobre erros e acertos na vida. É interessante ver o Bucky mais resolvido consigo mesmo, ainda que "um homem fora do seu tempo", mas alguém empenhado em fazer o certo, mesmo com tantos erros na conta.

Por fim, o ponto mais importante que o filme relata: saúde mental. Vivemos em um mundo pós pandemia, onde, querendo ou não, estamos sentindo o reflexo dela, principalmente nas relações sociais como um todo, onde cada dia que passa, mais casos de depressão e ansiedade se dão na vida, e claro, existem muitas formas de se combater isso, e a principal delas é a terapia, mas também a companhia de amigos verdadeiros, que os ajudem superar seus medos, traumas e demônios. E isso, o filme faz muito bem.

É claro que, o filme há defeitos. Na mensagem acima, confesso que há falhas em seu desenvolvimento, o que poderia ser mais aprofundada, mais desenvolvida. Não foi rasa, ou uma simples mensagem de Setembro amarelo, daquele colega de trabalho tóxico, mas falta coisa. Principalmente de um tema tão sério.

Por fim, temos um filme bom. Mas, se esse filme fosse lançado na Era de ouro da Marvel, seria básico. Ou até seria esquecido. Mas eu considero isso bom.

Visando todos os últimos filmes e produções, temos uma produção que acerta numa construção para algo maior, e lembra muito toda arquitetura clássica de quadrinhos, de equipes novas surgindo (afinal, não é spoiler nenhum mais que eles são os *Novos Vingadores, né? A própria Marvel Studios revelou isso), de um universo coeso e que te dá ansiedade para saber as cenas dos próximos capítulos. Principalmente após a cena final.

O que eu posso dizer é: Vão ver Thunderbolts* (Ou *Novos Vingadores, sei lá). Vale a pena a jornada nos cinemas