top of page
  • Foto do escritorCarlos Pedroso

Normalizamos a mediocridade?

Estamos nos resignando diante da mediocridade? Essa pergunta, por mais desconfortável que seja, requer uma reflexão profunda sobre os padrões que aceitamos e as expectativas que estabelecemos em nossa sociedade contemporânea. Vivemos em uma era em que a produção em massa muitas vezes prevalece sobre a qualidade, onde o "bom o suficiente" suprime frequentemente a busca pela excelência.


Caros leitores, hoje me encontrei imerso em uma reflexão desconfortável desde seu início: estamos nos conformando com a mediocridade? Ou será que tudo o que nos é servido pela cultura popular basicamente se resume a isso, sem possibilidade de melhora? A vida pós-pandemia tem sido um período de grandes transformações, crises e reviravoltas em todas as direções, e Hollywood que o diga. No entanto, quero ir além; não é apenas a cultura pop que está mergulhada na mediocridade, as pessoas também estão regredindo. Mas por quê? Veja, a partir do momento em que você aceita tudo sem questionar, dando como certo, estamos todos contribuindo para a mediocridade. A mudança para melhor também deve surgir daqueles que consomem, recusando-se a aceitar migalhas.


Vamos à definição:

Mediocridade, substantivo feminino:

1. Qualidade, estado ou condição do que é medíocre; mediocrismo.

2. Situação ou posição mediana, entre a opulência e a pobreza; modéstia.


Não estou sugerindo que devemos criticar indiscriminadamente, mas exigir o melhor e recusar qualquer coisa que não esteja à altura do potencial máximo é uma forma de resistência à mediocridade. Faça um exercício: quantas vezes você disse, "Ah, mas isso está bom assim!"? Esse pensamento reflete em filmes, séries, livros, quadrinhos, shows; acabamos aceitando porque parece ser o melhor que nos oferecem. Contudo, quando aceitamos esse padrão como o ápice, aí reside o problema, pois o mediano passa a ser considerado bom, subvertendo o que poderia ser aprimorado para se tornar verdadeiramente excelente.


Transpondo para nosso universo, um exemplo notável são os filmes e quadrinhos de super-heróis. Com que frequência baixamos nossas expectativas para aceitar que algumas dessas obras são medíocres, para não dizer ruins? Nunca comparamos filmes de heróis com outros filmes; usamos a régua que, para um filme de herói, está bom? Mas está mesmo? Quando foi a última vez que um filme de herói foi verdadeiramente excepcional? Difícil, não é? Agora, mudando para os quadrinhos, que é um vasto oceano, ainda usamos a mesma régua, diminuímos o padrão para considerar aceitável uma determinada HQ de herói, argumentando que não podemos compará-la com outras obras, pois é algo desigual? Será mesmo?


Essa discussão renderia um livro substancial, mas vamos nos ater à constatação de que temos aceitado e abraçado a mediocridade, talvez como parte integrante de um universo onde exigir excelência é tratado como algo extraterrestre. E se você critica isso, é considerado excessivamente crítico, afinal, isso é apenas entretenimento? Será que devemos ser tão exigentes com a cultura pop quanto somos com a comida? Será que é hora de deixarmos de relevar produções ruins e passarmos a exigir sempre o melhor? Não sei. Talvez o mundo seja assim, e talvez devamos aceitar? Não acredito nisso. Acho que podemos e devemos buscar sempre o melhor. O problema é que quando tudo é épico, nada é realmente excelente.


Deixo aqui um trecho de uma música que gosto muito:


"Mas meu amigo a mediocridade já se acomodou

Por que tudo é tão artificial?"


Música: Artificial

Banda: R.Sigma


Gostou do nosso conteúdo? Que tal apoiar o Yellow Talk? O Yellow também é podcast, e seu apoio pode ajudar o nosso trabalho a crescer cada vez mais. A partir de R$2,00 você já vai estar contribuindo para manutenção do nosso programa. Para dar o seu apoio, basta clicar AQUI.

34 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page