Um detetive de classe “R”, um pássaro de concreto e um complô intergalático, combinação perfeita para uma ficção de tirar o fôlego.
Incal escrita por Jodorowsky e desenhada por Moebius me apresentou um futuro distópico cheio de bizarrices, ação e aventura capazes de me fazer imaginar no mundo real como tudo isso seria. Com uma visão particular para um futuro a autor nos apresenta a uma intriga intergalática alá Star Wars, cheio de inimigos perigosos que querem dominar o universo e aliados inesperados. Incal conseguiu me prender da primeira à última página com maestria, e conforme fui entrando e conhecendo seus personagens fiquei de boca aberta com o roteiro e artes casam de uma forma única, construindo todo universo e com seus personagens cheio de camadas e história bizarras.
Particularmente o querido Jonh Difoo que mais parece um velho rabugento que só sabe reclamar, foi sem dúvida o melhor personagem. Sempre reclamando de algo, o duvidando o tempo todo e sendo o herói improvável. Outro que me cativou foi o Metabarão, personagem frio e calculista, cheio de manias mais parecido com o “Hitman do jogo”, o Metabarão deu um ar de filmes dos anos 80 para a trama. O mais interessante é que todos os outros personagens são importantes para o desenvolvimento da trama e tem seu momento. E meu, que história concisa, densa e cheia de reviravoltas e surpresas que te prende e te faz querer chegar ao final para descobrir o que vai acontecer com nossos heróis.
Com uma arte impecável e roteiro sensacional, Incal sem dúvidas é uma das melhores leituras que fiz nesse ano fácil. Um adendo, cara que cores tem esse quadrinho com uma coloração viva que realça todos os ambientes, além de destacar em detalhes os ambientes, planetas e pessoas. Esse é o tipo de quadrinho, combinação perfeita na minha opinião como fã de ficção científica e tem tudo para quem gosta do gênero, viagem espacial, tramas bem elaboradas, uma visão distópica do futuro e muita ação.
Eai, já leu? Comenta aí…
É curioso que a primeira coisa que sinto por esse quadrinho é nostalgia.
Ainda lembro que quando encontrei a primeira vez esse quadrinho nas mãos (a edição recolorida da Devir), eu estava numa biblioteca na região do Campo Limpo na zona sul de São Paulo, fiquei impressionado pra caralho.
Não deu outra, roubei. Sei que não foi uma atitude correta da minha parte, mas foi a primeira coisa que pensei, pois em 2012 eu estava morando na rua, sem nenhum puto nos bolsos e infelizmente nunca tinha visto aquilo nas bancas.
Curti pra caralho e desde então, se tornou algo muito marcante. Difool de certa forma serviu como um espelho pra mim, pois mesmo sendo um detetive falido, num mundo vasto e…