Demolidor: O diabo da guarda foi o início do personagem no selo Marvel Knights lançado em 1998, escrito por Kevin Smith e ilustrado por Joe Quesada, em 8 edições. Marvel Knights é uma linha editorial da Marvel Comics que surgiu em 1998 e aborda temas mais maduros que os da linha editorial principal.
Confesso que li na época e o que me chamava atenção eram as capas da revista Marvel 2000, um mix com vários títulos da editora e as capas que tinha o Demolidor eram muito chamativas.
Relendo a história agora ela ainda continua interessante e nos traz questionamentos sobre a relação de Matt com a religião e suas crises existenciais. Em nenhum momento me atentei para quem estava por de traz dos eventos da trama, mesmo hoje sabendo o autor consegue nos enganar muito bem.
Observamos que as motivações do vilão se dão por conta de um ego rebaixado, um sentimento de inferioridade e um conjunto de crenças limitantes que originam um plano para ferrar com a vida do Demolidor só para acrescentar um pouco de valor a própria existência.
Relendo a história hoje, por mais que ela seja do selo Marvel Knights, para mim a fase do Frank Miller com o personagem é a mais interessante e, até a morte de um personagem lá e mais impactante do que aqui.
Não desmereço essa trama, mas ainda para mim a era Miller é a melhor. Não podemos deixar de apontar os diálogos de Matt com os demais personagens como a Viúva Negra e com a irmã Maggie, assim como as reflexões de Karen Paige, todas permeadas pela culpa e redenção, típicas das tramas do Demolidor.
Outra passagem digna de nota é a expressão de pesar e desespero típicas do luto e retratada fielmente na história. Mas aqui parece que a acomodação do luto e sua transformação em saudade ocorre muito rápido e de forma meio inverossímil, mas talvez este aspecto seja melhor abordado nos próximos arcos.
Por fim, observamos no filme do Demolidor de 2003, claras influências de alguns conceitos explorados em O Diabo da Guarda, principalmente, na fotografia do longa. Super recomendo a leitura.
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