Brasil marca presença na Feira do Livro Infantil de Bolonha com editora independente Trem Fantasma
- Carlos Pedroso
- 14 de abr.
- 3 min de leitura
Evento internacional reúne profissionais do mundo todo e destaca intercâmbio de histórias e estilos editoriais
De 31 de março a 3 de abril de 2025, a cidade de Bolonha, na Itália, foi novamente palco da maior feira internacional dedicada à literatura infantil e juvenil. Em sua 61ª edição, a Feira do Livro Infantil de Bolonha (BCBF) reafirmou seu papel como o principal centro mundial de negociação de direitos autorais para publicações infantojuvenis e conteúdos multimídia relacionados, como animação, ilustração, audiolivros e licenciamentos diversos.
Com seis pavilhões ocupados por milhares de estandes, o evento reuniu profissionais de toda a cadeia produtiva do livro: editores, ilustradores, designers, agentes literários, tradutores, desenvolvedores mobile, professores e bibliotecários. Entre os destaques, a tradicional Exposição de Ilustradores e o cobiçado prêmio BolognaRagazzi seguiram como pilares culturais e comerciais da feira.
Neste ano, o Brasil contou com a presença da Trem Fantasma, editora independente especializada em quadrinhos, que participou pela primeira vez de um evento internacional. A convite do Invitation Programme, iniciativa da Feira em parceria com a Italian Trade Agency e o Ministério das Relações Exteriores da Itália, a editora ocupou um espaço no Comics Corner, área dedicada exclusivamente às histórias em quadrinhos.

Em entrevista, Marcello Fontana, editor da Trem Fantasma, relatou a importância da experiência:
“Foi uma grande experiência. Nova e muito rica. Foi nossa primeira vez como editora em um evento internacional e, ainda, voltado a licenciamento de obras. Mas acredito que tenhamos desempenhado bem nosso papel.”

Fontana destacou a abrangência do evento, que, apesar de voltado principalmente aos livros infantis, também contempla outros gêneros e mercados, como o de quadrinhos.
“Haviam espaços dedicados a países e territórios como China, Hong Kong, Portugal, Polônia, Ucrânia, Chile e também Brasil”, conta.
A presença na BCBF possibilitou à editora apresentar seu catálogo e autores a novos públicos e abrir portas para futuras colaborações internacionais.
“Apresentamos nossas obras para editores de várias partes do planeta que não tinham conhecimento de como é variada e de qualidade a produção de quadrinhos no Brasil. Por outro lado, conhecemos obras e autores que até o momento não estavam em nosso radar.”
Sobre as tendências observadas na feira, Marcello comentou o caráter universal dos quadrinhos e a diversidade das propostas editoriais:
“A presença asiática foi bastante forte. Vimos desde publicações luxuosas até modelos bastante econômicos e criativos.”
Apesar da natureza profissional do evento, que não é aberto ao público e não realiza vendas diretas, o editor ressaltou a paixão dos participantes:
“Quem trabalha com quadrinhos é realmente apaixonado. Percebemos isso no Comics Corner, entre todos os editores presentes.”
Entre os títulos reconhecidos pelo público brasileiro, Marcello destacou a presença de obras como Corto Maltese, além de catálogos de gigantes como DC Comics e editoras europeias como Humanoids e Mediatoon, com publicações já conhecidas no país.
Ao final, a sensação foi de missão cumprida:
“Com certeza valeu muito a pena. O contato com profissionais dos quatro cantos do planeta foi o mais gratificante. Foi um primeiro passo bastante importante.”
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