Enquanto lê este texto, faço uma pergunta rápida: você possui uma página no Instagram dedicada a falar sobre quadrinhos? Se sim, você se considera um influenciador? Já pensou sobre isso? Ultimamente, tenho observado o comportamento nas plataformas que utilizo, como YouTube, Instagram e grupos de WhatsApp. Hoje em dia, quase todo mundo que fala sobre quadrinhos possui um perfil exclusivo para esse tema, separado de suas preferências sociais. Esse movimento se torna mais evidente quando olhamos os comentários nas postagens, onde a maioria é proveniente de páginas que criam conteúdo, algo semelhante à frase do filme Clube da Luta, "Tudo é uma cópia da cópia da cópia".
Essa observação me levou a questionar: para quem os "influenciadores" estão falando? Afinal, hoje em dia é quase consenso que temos menos leitores de quadrinhos do que tínhamos há 15 anos. Tenho a sensação de que cada vez mais os influenciadores estão falando para outros influenciadores, criando um ciclo que nunca se renova. Voltamos à frase do filme Clube da Luta, "Tudo é uma cópia da cópia da cópia". Estamos falando quase que para a mesma classe que nós, o que acaba diminuindo a credibilidade, já que todos estão inseridos nesse contexto e entendem as mesmas referências. Assim, surge a pergunta: como influenciar alguém que já está influenciando outra pessoa?
Esse modelo que se estabeleceu atualmente dá a impressão de que estamos sempre falando para as mesmas pessoas e que nosso alcance é limitado. Mas será que esse problema é exclusivo da "gibiesfera" (comunidade de quadrinistas)? Ou esse fenômeno está mais relacionado à rede social Instagram, que cada vez mais restringe o alcance de conteúdo para novas pessoas? Hoje em dia, é difícil escapar dessa bolha, e se torna cada vez mais trabalhoso alcançar novos públicos. Essa limitação nos dá a sensação de estarmos apenas falando para nós mesmos, o que acaba desestimulando a criação de conteúdo mais elaborado por parte da comunidade de influenciadores. Afinal, como posso convencer alguém se estou falando para um grupo que faz o mesmo que eu?
Existem alternativas para romper essa bolha? Sim, desde que não nos limitemos a uma única rede, como o Instagram, onde estamos cada vez mais dependentes dos algoritmos e de suas imposições. Diversificar as plataformas pode ser uma alternativa para alcançar mais pessoas e se comunicar com novos leitores. É um trabalho árduo, é verdade, mas para aqueles que desejam expandir seus horizontes e cativar novos leitores, vale a pena investir nessa estratégia.
Essas são questões importantes que devemos constantemente nos fazer ao criar conteúdo e compartilhar nossas ideias. Ao refletir sobre para quem estamos falando, podemos direcionar melhor nossa mensagem e nos conectar com o público certo. Falar sempre para as mesmas pessoas pode ser confortável, pois essas são as pessoas que nos entendem e compartilham de nossas paixões e interesses. No entanto, é essencial buscar alcançar novas pessoas e diversificar nosso público. Isso pode trazer novas perspectivas, enriquecer nossas discussões e até mesmo expandir nossa influência.
Quando nos limitamos a falar apenas para o mesmo grupo de pessoas, arriscamos criar uma "bolha" onde as ideias são reforçadas e poucas opiniões discordantes são ouvidas. Isso pode levar à estagnação e à falta de crescimento tanto para os influenciadores quanto para o público envolvido. É importante buscar maneiras de ampliar nosso alcance e atrair novos seguidores, seja explorando diferentes plataformas de mídia social, participando de eventos e conferências, colaborando com outros influenciadores ou adotando estratégias de marketing mais abrangentes. Dessa forma, podemos alcançar pessoas que talvez não estejam familiarizadas com nosso trabalho, mas que podem se interessar pelo que temos a dizer.
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Excelente reflexo, jovem! Gostei das imagens utilizadas para exemplificar! Parabéns!
Imagino que a maioria dos conteúdos acabem numa grande bolha dos mesmos leitores, mas sempre há escapes. Eu mesma não faço parte da gibisfera, mas como sempre gostei de tirinhas, conheci outros materiais pelas redes sociais. Uso twitter e grupos do telegram para acessar esse tipo de conteúdo, migrei daí para alguns perfis no Instagram. Sinto que a produção de conteúdo segue mais uma linha pessoal catártica do que querer ganhar público em si. Aí, quem se identifica, segue junto 🙌🏻