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Uluru: uma jornada pós-apocalíptica de luto, renascimento e polvos inteligentes



O universo dos quadrinhos está sempre em busca de inovação e criatividade para trazer histórias cativantes e envolventes para os fãs. E é exatamente isso que o escritor português Marco Fraga da Silva conseguiu com seu quadrinho "Uluru - As Crônicas do Tempo e do Espaço".


A premissa da história, que acompanha a jornada de autodescoberta do protagonista Uluru em uma Austrália do futuro, é cativante e cheia de referências à ficção científica. O visual impressionante e a possibilidade de expandir a trama para outros formatos, como livros, RPG e animação, tornam a obra ainda mais interessante.





A trama se desenrola em um mundo pós-apocalíptico, onde a humanidade renasce após um evento catastrófico que quase a extinguiu. A história é ambientada na Austrália, e o protagonista, Uluru, é um jovem que cresceu sob a supervisão de duas entidades cibernéticas e se sente preso em sua educação controlada. Uluru parte em uma jornada de autodescoberta em busca de outros humanos e para superar o luto pela perda de seus pais.


A narrativa de "Uluru" é rica em temas e subtemas, e um deles é a relação entre humanos e tecnologia. A história apresenta duas entidades cibernéticas, responsáveis pela educação e proteção de Uluru. A relação entre humanos e tecnologia é retratada de forma complexa, com as entidades sendo programadas para agir em prol dos humanos, mas também tendo suas próprias motivações e limitações.




Outro tema abordado em "Uluru" é a evolução da espécie. Com a humanidade à beira da extinção, a história apresenta um protocolo de emergência que tem como objetivo reintroduzir a espécie humana no ecossistema mundial. Esse tema traz reflexões sobre o papel da ciência e da tecnologia na evolução humana e a importância da diversidade genética para a sobrevivência da espécie.


O foco em alguns conceitos complexos e filosóficos me chamou a atenção na história, principalmente pelo fato do autor explorar a relação entre homem e tecnologia, a natureza da consciência e a busca pela imortalidade de forma cuidadosa e inteligente, mesmo que ainda de forma bem superficial nessa edição.




A trama explora a relação entre humanos e robôs. Uluru é acompanhado por robôs que o ajudam em sua jornada e equilibram o conhecimento do passado com as novidades do mundo pós-apocalíptico. Essa relação traz reflexões sobre a interação entre humanos e inteligência artificial e como a tecnologia pode ser utilizada para melhorar a vida humana.


Além disso, o quadrinho apresenta elementos de ficção científica, como a evolução dos animais que conhecemos, que mesmo esteticamente parecidos, ganham novas habilidades que nos surpreendem. Esses elementos criam um mundo novo e primitivista, onde a humanidade precisa reaprender a viver e se adaptar a um ambiente hostil.




A arte da graphic novel é outro destaque da obra. As ilustrações de Matthieu Pereira e a coloração de Sofia Pereira criam um mundo rico em detalhes e texturas. A paleta de cores usada na obra é vibrante e ajuda a criar o clima de um mundo em constante mudança.


Em resumo, "Uluru" é uma história ambiciosa e bem estruturada que mistura elementos de ficção científica pós-apocalíptica com reflexões sobre genética, robótica e inteligência artificial. A narrativa é rica em temas e subtemas, trazendo reflexões sobre a relação entre humanos e tecnologia, evolução da espécie e interação entre humanos e robôs. A arte da graphic novel é outro destaque da obra, criando um mundo novo e vibrante. "Uluru" é uma história emocionante sobre autodescoberta, luto e a busca por um lugar no mundo.




É importante que o universo dos quadrinhos continue a investir em histórias originais e cativantes, que explorem questões profundas e desafiem o público a pensar. O sucesso de obras como "Uluru" mostra que há uma audiência ávida por esse tipo de narrativa. Ao investir em projetos inovadores e criativos, a indústria dos quadrinhos pode garantir renovação de público e ainda firmar seu lugar como uma das formas de arte mais relevantes e interessantes do século XXI.


Crônicas do Tempo e do Espaço – Uluru (formato 20 x 28 cm, 162 páginas) é uma graphic novel portuguesa imaginada e escrita por Marco Fraga da Silva, ilustrada por Matthieu Pereira e colorida por Sofia Pereira, e chega ao Brasil pela Editora Quadriculando – o título está em campanha na plataforma Catarse no endereço www.catarse.me/uluru .

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