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Foto do escritorRonaldo Gillet

Superboy: O Homem do Amanhã - Uma jornada de autodescoberta

Em Superboy: O Homem do Amanhã (The Man of Tomorrow) - quadrinho publicado recentemente no Brasil pela Panini, reunindo seis edições de uma série fechada -, Conner Kent não apenas retorna ao Universo DC, mas também embarca em uma jornada pessoal de (auto) redescoberta. Após os eventos traumáticos da Crise Sombria, ele se vê em um dilema existencial: não se sente pertencente à família Superman, nem completamente integrado à comunidade de heróis. Diante dessa crise de identidade, ele decide não ficar preso ao passado ou aos moldes que a sociedade impôs.


A partir do roteiro de Kenny Porter , ao invés de lutar desesperadamente por aceitação imediata, Conner escolhe o caminho menos óbvio, levando suas aspirações heroicas para os confins do espaço. Em sua jornada, ele vai encontrar aliados inesperados enquanto enfrenta inimigos poderosos. A trama combina batalhas espaciais épicas com momentos de introspecção, enquanto Superboy busca definir sua própria identidade e papel no universo. Temos aqui um ato simbólico de emancipação - uma busca para definir seu próprio legado, longe da sombra de Superman.

Não é exagero dizer que essa jornada reflete algo profundamente humano e reconhecível em nossa realidade. Quantas vezes, em nossas próprias vidas, enfrentamos o dilema de nos distanciarmos das expectativas familiares ou sociais para descobrir quem realmente somos? Conner Kent, ao não agir com impulsividade ou urgência, nos ensina a importância de encontrar equilíbrio e serenidade mesmo nas adversidades.


O genomorfo híbrido clone de Superman e Lex Luthor faz sacrifícios ao se afastar dos que ama - não por falta de afeto, mas pela necessidade de entender seu próprio valor e propósito. Nesta jornada, podemos refletir sobre o pensamento de Zygmunt Bauman, que na obra Modernidade Líquida explora como a fluidez das identidades modernas e a constante mudança desafiam as pessoas a encontrar um propósito pessoal em um mundo incerto.

Assim como Bauman descreve a dificuldade de construir identidades estáveis em uma sociedade em constante transformação, Conner Kent enfrenta a tarefa de se redefinir fora da sombra da família Super. Ele busca criar um caminho próprio, em meio a desafios e incertezas, o que ressoa com o pensamento baumaniano sobre a necessidade de se adaptar e encontrar um propósito em um cenário de mudança contínua.


A decisão de Conner de confiar naqueles que encontra pelo caminho, mesmo em cenários cósmicos repletos de incerteza, reforça o valor de sempre acreditar no outro. Em um universo de desconfiança e perigo, ele opta por ver o copo meio cheio, encarando seus desafios com otimismo e humanidade. Conner não abandona sua humanidade nem nos momentos mais sombrios, e isso é um dos grandes méritos desse quadrinho.


A arte de Jahnoy Lindsay complementa muito bem esse tema, oferecendo uma dualidade entre o cosmo e as expressões emocionais de Superboy. Há uma delicadeza nas cores e nos traços que reforçam a jornada do personagem título: o espaço não é um local de solidão, mas de possibilidades, onde o desconhecido reflete a necessidade de manter a esperança viva, mesmo diante de desafios aparentemente intransponíveis.

Superboy: The Man of Tomorrow não é apenas uma aventura heroica, mas uma lição sobre sacrifícios, confiança no próximo e o poder de manter a fé em si mesmo. O quadrinho está em sua 1ª edição, lançada em 28 de junho de 2024 conta com 144 páginas em capa comum.

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