Graphic Novel lançada em 2018 pela Editora Galera Record, com 216 páginas essa trama aborda um dos maiores tabus das arquibancadas: a homofobia. Ao se declarar homossexual em um programa de TV depois do assassinato ― brutal e com motivações homofóbicas ― de um ex-namorado, Cris, jogador de futebol e ídolo de uma nação de torcedores fanáticos, vê sua vida pessoal e sua carreira saírem completamente de controle. Tem então de enfrentar a reação da diretoria e dos colegas de clube, a hesitação dos patrocinadores, a rejeição de grande parte da torcida e a crise familiar que se desencadeia a partir de sua declaração.
Pessoal eu não entendo nada de futebol, não gosto e não me importo, mas o que me chamou a atenção nesse quadrinho é a abordagem a respeito da homofobia no campo de futebol.
Não adianta negar, vivemos em uma sociedade homofóbica e, assumir-se homossexual nela é um tremendo desafio, o que, infelizmente, não deveria ser. Alvaro Campos e Alê Braga nos apresenta uma trama muito próxima da realidade, nos trás o submundo das partidas de futebol que, infelizmente, eu não duvido que exista.
Por de trás das aparências regada a status e mentiras, O outro lado da bola consegue nos entregar um pouco das consequências que de fato ocorrem na vida real.
A arte crua de Jean Diaz combina com a proposta da HQ, poderia ter mais detalhes? Sim, mas a narrativa gráfica funciona com a trama. Na minha opinião poderiam ter aprofundado um pouco mais os sentimentos do protagonista e, possivelmente, a homofobia internalizada do mesmo, mas a história tinha que continuar.
O final poderia ter sido um pouco melhor e deixar mais claro as consequências propostas, mas o saldo ainda é positivo, ainda mais que um quadrinho LGBTQIAP+ no campo de futebol eu nunca vi.
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