Um mergulho no Noir contemporâneo: Sugar

Como os ciclos do cinema tendem a se repetir, surge Sugar para resgatar a essência do Noir em uma roupagem moderna. Sob a direção habilidosa de Fernando Meirelles e com Colin Farrell à frente como protagonista, os três primeiros episódios mergulham o espectador em um mundo de mistério e intriga, evocando a era dourada dos anos 40 e 50, porém com um toque de contemporaneidade.

Ao ambientar a trama na Los Angeles atual, Sugar não apenas atualiza o gênero, mas também mergulha nas entranhas mais sujas e obscuras da cidade dos anjos. Os elementos clássicos do Noir estão presentes, desde a narração do protagonista até os enquadramentos e a trilha sonora, porém, adaptados de forma sutil para os padrões atuais.

A série propõe um paralelo interessante com os clássicos detetives cafajestes, apresentando Sugar como um protagonista de moral questionável em um mundo onde a linha entre o bem e o mal é tênue. A direção de Meirelles se destaca pelos cortes precisos e ângulos calculados, criando uma atmosfera fluida, porém tensa.

A fotografia de Sugar é de tirar o fôlego, capturando o mistério e a escuridão que permeiam a narrativa. Quanto ao roteiro, embora seja cedo para julgar, os primeiros episódios conseguem prender a atenção e instigar a curiosidade pelo que está por vir. O formato dos episódios, com duração entre 30 e 40 minutos, é um alívio em meio à tendência de séries longas e arrastadas.

Sugar é uma jornada envolvente que evoca a nostalgia dos romances policiais clássicos, deixando o espectador ansioso por mais. A cada reviravolta, a vontade de desvendar os mistérios só aumenta, prometendo uma experiência empolgante até o final. Os três primeiros episódios já estão disponíveis no Apple TV, com novos lançamentos todas as sextas-feiras.

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