Somos todos iguais, apenas uns mais iguais aos outros e em nossa sociedade o oprimido tende a se tornar opressor.
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Em Triângulo da Tristeza acompanhamos o cotidiano de um iate de alta classe refletindo de forma sarcástica as castas sociais de nossa sociedade: dos mega ricos que ganharam dinheiro explorando ou financiando a carnificina em diferentes partes do mundo aos funcionários mais simples e que tendem a ser invisíveis, a menos que algo não funcione como os detentores do poder acham que deve ser.
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No meio disso, há a bem medíocre classe média, que também é formada apenas de meros trabalhadores, mas por "poderem" falar com os poderosos, pensam que também tem algum poder.
Dividido em três capítulos, o filme expõe a demagogia e as máscaras que acabam prendendo todos até que algo inesperado ocorra e o caos impere. E aqui ressalto o sensacional fim do segundo ato que escancara todas as hipocrisias de forma até escatológica, além de um embate ideológico bem interessante.
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O terceiro ato se transforma numa grande conclusão de subversão do que vimos até o momento, mas no qual cada um dos personagens já apresentados não tem nenhuma redenção, apenas se resignam à covardia dando espaço a quem até então não existia.
E todo esse jogo de metáforas acontece de forma tão sarcástica que é impossível não perceber as críticas e rir muito com algumas escolhas catárticas.
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No entanto, o filme poderia ser mais condensado sem perder conteúdo ou momentos climáticos, diminuindo cada um dos capítulos para deixar o tempo com no máximo 120 min.
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Disponível: #amazonprime
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9/10
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