É possível conhecer o mundo através de imagens? Será que ser solitário em um mundo tão caótico tornou-se um privilégio? As pessoas ainda se importam entre si?
Em solitário, Chabouté trabalha as questões acima e mais algumas sobre a solidão? O que eu mais gostei, foi que após a leitura me peguei pensando sobre o que é solidão, o que ela representa para mim? Mesmo em um quadrinho sem tantos diálogos, Chabouté consegue transmitir diversos sentimentos apenas por explorar uma temática que abrange não só na arte, mas na sociedade também.
Em solitário, nosso personagem apesar de viver isolado em um farol com apenas um peixe como amigo, ele é cheio de curiosidades e interesses, sempre demonstrando ter uma personalidade exploradora. Para isso, ele utiliza como guia um dicionário, pelas palavras são exploradas imaginações e questionamentos. Porém, por nunca conhecer ninguém além de seus pais, ele vive isolado do mundo, sem contato com pessoas. Mas, com o caminhar da história, uma visão mais ampla da coisa é trabalhada, e surgem questionamentos. Como as pessoas de fora o viam? Por que ninguém ia lá? Como é possível morar em um farol? Todas essas questões foram sendo respondidas cuidadosamente pelo enredo da trama, de modo a contribuir com o andamento da história.
Conforme a história vai caminhando somos apresentando a um barco pesqueiro encarregado de deixar mantimentos para que o solitário se alimente periodicamente, sem questionar nada, apenas executar a função. Ai que entra o que julgo o fator curiosidade humana, bastou uma pessoa fora desse ciclo para ter iniciativa de levantar questões que ninguém o tinha feito. A partir daí, uma relação é estabelecida, essa relação entre os solitário e uma marinheiro, elas vão evoluindo de maneira bem interessante, onde o marinheiro passa a enviar informações sobre o mundo externo. Logo, nosso solitário começa a questionar o que realmente é o mundo, e como ele conhece tão pouco, por que ele nunca viu o mundo? Essa curiosidade do solitário faz com que ele tenha vontade de conhecer o mundo.
Gosto dessa temática porque ela apresenta vários ângulos sobre uma ótica otimista das coisas, de como elas podem ser. Conhecer o mundo através de imagens para quem nunca viu nada pode ser algo fantástico, mas você vai se limitar a isso? Talvez essa tenha sido a principal mensagem que Solitário tenha me deixado. Seja curioso, não faça apenas uma coisa, tenha gana de conhecer coisas. Claro, para isso você precisa de incentivo, ser tratado como deve e ter as oportunidades de fazer o que pode ser feito.
Ao final de solitário, ficou aquele gostinho de vontade de conhecer mais o mundo, que não basta ficar olhando imagens, você precisa viver as experiências, e foi isso que o Solitário homem do farol resolveu fazer.
E você, já se sentiu solitário?
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