Como fã de quadrinhos, sei bem como é difícil encontrar alguns materiais, especialmente quando a tiragem é baixa e a distribuição é limitada. Infelizmente, algumas pessoas acabam tirando proveito disso, vendendo exemplares por preços abusivos em grupos de vendas, lojas especializadas e sebos.
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Eu mesmo tive a oportunidade de comprar alguns encadernados de X-Men Edição Histórica lançada pela Mythos por apenas R$ 10,00 cada, mas depois me deparei com valores exorbitantes em grupos de venda, que cobravam até R$ 50,00 por exemplar. Um exemplo ainda mais chocante foi o encadernado da Marvel, Guerra Civil, que adquiri pelo preço de capa de R$ 32,90 e que já foi visto sendo vendido por R$ 100,00. Essa postura mercadológica não se restringe apenas à internet, mas também é encontrada em sebos e lojas especializadas, onde muitas vezes os preços são impraticáveis.
Não é fácil apontar um culpado para essa situação. Talvez as editoras não deem o devido valor a alguns materiais ou reduzam a tiragem, tornando-os únicos e difíceis de encontrar. No entanto, acredito que devemos lembrar do valor de ler uma excelente história em quadrinhos e compartilhar essa experiência com amigos.
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O objetivo deste texto não é encontrar uma solução para o mercado ou criticar a postura de quem vende ou de quem compra. Eu apenas espero que cada um reflita sobre a importância de adquirir um bom quadrinho antigo ou esperar ansiosamente pela continuação de um excelente arco sem precisar gastar uma fortuna.
Além disso, o universo dos quadrinhos tem sido objeto de debates no meio acadêmico. Há questões em aberto, como a disputa entre "graphic novels" e "histórias em quadrinhos", a valorização das histórias em quadrinhos como arte gráfica, literatura ou um gênero específico de arte, e a posição das histórias em quadrinhos como objeto de estudo ou fonte de informação.
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Quanto às "graphic novels", autores como Gilles Lipovetsky e Jean Serroy explicam em "A estetização do mundo: Viver na era do capitalismo artista" como o processo de "gourmetização" de artigos que têm valor atribuído de acordo com critérios estéticos ocorreu em todas as esferas da vida. A partir dos anos 80, a intenção de elevar artigos de cultura pop a status de arte se tornou mais forte, e o termo "graphic novel" foi utilizado para diferenciar as obras mais elaboradas e maduras dos quadrinhos tradicionais.
No entanto, eu ressalto que é importante refletir sobre o valor das histórias em quadrinhos, independentemente da categoria a que pertençam. O que importa é desfrutar da leitura e compartilhar essa experiência com outras pessoas, sem que a dificuldade de encontrar um material ou o seu preço elevado prejudique essa experiência.
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Apesar da "gourmetização" dos quadrinhos e da indústria da 9ª arte, ainda há uma grande oportunidade de popularizar os quadrinhos novamente e torná-los mais acessíveis ao público em geral. Uma maneira de fazer isso seria através de uma abordagem mais inclusiva e diversificada na produção de quadrinhos, levando em conta uma variedade de temas e perspectivas que refletem a diversidade do mundo em que vivemos.
Também é importante explorar diferentes formatos de publicação, como a utilização de aplicativos de leitura de quadrinhos digitais, e tornar o acesso aos quadrinhos mais fácil e acessível por meio de preços mais baixos e promoções. Além disso, a criação de eventos e iniciativas de divulgação em escolas e bibliotecas pode ajudar a aumentar a conscientização sobre a importância dos quadrinhos como uma forma de arte e literatura.
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É essencial que as editoras de quadrinhos invistam em marketing e publicidade para alcançar um público mais amplo e, além disso, que as adaptações de quadrinhos para outras mídias, como filmes e séries de TV, continuem a ser produzidas e divulgadas, pois isso pode ser uma porta de entrada para novos leitores de quadrinhos. Com essas estratégias, é possível popularizar os quadrinhos novamente e expandir o público leitor, mantendo a arte e a história da 9ª arte viva e forte.
E você amigo leitor, tem alguma ideia que pode contribuir para a popularização da leitura de quadrinhos? Conta aqui nos comentários.
Texto essencial. Já debati sobre a guourmetização dos quadrinhos e seus impactos. Editoras como Ultimato do Bacon e Conrad tem alternativas acessíveis a diferentes perfis de leitores. Seja, trazendo histórias mais curtas ou mesmo mais densas, a preços justos. Sobre os sebos e grupos de de vendas de quadrinhos eu vejo que eles tem aproveitando o lance de edições "com tiragens menores" para inflacionar o preço. Esses dias fui no sebo e deparei com preços proibitivos. Uma alternativa e ficar de olho em promoções e edições menos luxuosas.