Vinte e cinco anos após o marco da obra literária Capão Pecado, Ferréz retorna com Carimbê, uma HQ que está sendo lançada pela editora Comix Zone e que finca raízes na vida dura e invisível do Capão Redondo. Dessa vez, o autor nos apresenta Carimbê, um homem à margem, sem nome e sem rosto, que encontra na companhia da mulher amada e em tragos de álcool seu consolo contra uma existência marcada pela violência, pobreza e a constante incerteza do amanhã.
Em um relato tão feroz quanto Persépolis, de Marjane Satrapi e com o olhar de denúncia social de Cidade de Deus, romance de Paulo Lins já adaptado para o audiovisual, Carimbê aprofunda o olhar sobre o Brasil invisível, contando as histórias que raramente chegam à mídia.
Ferréz, um dos pioneiros da chamada “literatura marginal” no Brasil, traz agora a realidade periférica para o formato gráfico, permitindo que o impacto visual das ilustrações de Doug Firmino complemente o texto afiado. Firmino utiliza traços sombrios, profundos e implacáveis, que traduzem a dureza e a resiliência do cotidiano de Carimbê, evocando uma estética que, não obstante, lembra a visceralidade de Sin City, de Frank Miller, mas com um contexto completamente brasileiro e atual.
A edição que chega às livrarias em novembro de 2024, apresenta um acabamento com capa dura e verniz localizado. O quadrinho é em preto e branco, papel pólen de alta gramatura e possui 152 páginas, prometendo uma atmosfera densa, onde cada cena dialoga com um Brasil que precisa ser encarado de frente.
Ferréz e Doug Firmino entregam uma HQ que é tanto arte quanto protesto, revelando que, por trás da aparente invisibilidade de figuras como Carimbê, há uma vida pulsante, cheia de sonhos e de um persistente desejo de resistir. Gostou do nosso conteúdo? Que tal apoiar o Yellow Talk? O Yellow também é podcast, e seu apoio pode ajudar o nosso trabalho a crescer cada vez mais. A partir de R$2,00 você já vai estar contribuindo para manutenção do nosso programa. Para dar o seu apoio, basta clicar AQUI
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